TECNOLOGIA NA CONSTRUÇÃO PESADA DO BRASIL: UM PARADGMA A SER QUEBRADO – PARTE I

| Rodovias & Construção Pesada

Quando falamos em construção pesada, mais especificamente “construtoras”, que estão na linha de frente das obras brasileiras, notamos uma maior pré-disposição para tecnologia entre as empresas de maior porte.

As soluções embarcadas em máquinas de construção pesada são uma realidade mundo afora. Mas se engana aquele que pensa que estamos falando de tecnologias da atualidade. A MOBA, assim como outras empresas de tecnologia, desenvolve sistemas para automação de máquinas móveis há mais de 45 anos. Ao longo dessas décadas, sistemas de automação de motoniveladoras, escavadeiras, tratores de esteiras, pavimentadoras e muitas outras máquinas foram idealizados, lançados e aprimorados com o passar do tempo.

 Um sistema de orientação para escavadeira ou a automação da mesa de uma pavimentadora, por exemplo, foram um dia tecnologias disruptivas, mas hoje em meio a essa nova revolução industrial na qual vivemos, o que é disruptivo são as novas funcionalidades, as informações e a inteligência que esse ambiente de automação oferece. Fazendo uma analogia, o celular de forma isolada foi uma tecnologia disruptiva no século passado, hoje o celular é uma plataforma sob a qual um mundo de novas soluções está sendo desenvolvidas neste momento.

MAS SE POR QUE NO BRASIL AS TECNOLOGIAS EMBARCADAS EM MÁQUINAS DE CONSTRUÇÃO PESADA AINDA SÃO NOVIDADE?

Segundo o relatório “Brazil Digital Report”, publicado em 2019 pela consultoria McKinsey, apesar do empreendedorismo brasileiro se destacar no cenário global, o país é um dos últimos colocados do índice de inovação quando comparado com economias desenvolvidas e com as demais economias do BRIC. Obviamente falar em índices sem destacar o contexto no qual vivemos seria injusto.  A cultura de ambiente de inovação já é uma realidade em várias economias do BRIC. Enquanto uma das maiores universidades da China possui uma incubadora com mais de 5.000 projetos, todos os projetos incubados no Brasil reunidos não alcançavam a marca 3.500 em 2018.

APESAR DE NÃO VIVERMOS EM UM AMBIENTE QUE FOMENTA O DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO, POR QUE NÃO APLICAMOS AS TECNOLOGIAS QUE JÁ SÃO COMUNS EM OUTROS PAÍSES?

Alguns segmentos já aplicam muita tecnologia aqui no Brasil. Se olharmos para a indústria automobilística, talvez não perderemos em nada para outras economias. Como muitas das empresas que fazem parte do segmento são multinacionais ou possuem parte de capital estrangeiro, a cultura da maximização da produtividade aliada à tecnologia acaba sendo fomentada e implantada com o capital intelectual trazido de fora por estrangeiros ou brasileiros que estiveram imersos em outra realidade.

Quando falamos em construção pesada, mais especificamente “construtoras”, que estão na linha de frente das obras brasileiras, notamos uma maior pré-disposição para tecnologia entre as empresas de maior porte. Essa pré-disposição está relacionada a diversos fatores, dentre eles:

  • Experiências com tecnologia em obras de outros países;
  • Cultura de maximização de produtividade;
  • Maior capacidade de investimento;
  • Capital intelectual trazido de fora e fomentador da inovação dentro da corporação.

COM ou SEM pré-disposição para tecnologia, ainda existe um grande paradigma a ser quebrado: O MINDSET, ou seja, a forma de pensar das empresas.

No próximo artigo vamos apresentar alguns fatos que fazem parte da realidade brasileira, que corroboram para o padrão de pensamento das construtoras nacionais, e como podem ser repensados para implantação de ambiente de inovação dentro das operações e como consequência obter maior produtividade, eficiência e lucratividade.

Referências:

Brazil Digital Report - McKinsey (PDF)


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